Inovação no Agronegócio em um mundo em transformação

Inovação no Agronegócio como Pilar em um mundo em transformação

O cenário global de inovação no agronegócio vive uma encruzilhada. De um lado, há uma retração generalizada nos investimentos em tecnologia agtech e foodtech. De outro, os mercados emergentes começam a trilhar um caminho próprio de crescimento, apontando para um futuro onde a inovação no agro será menos uma escolha e mais uma necessidade estratégica — especialmente em tempos de disrupções tecnológicas e pressões climáticas. Em 2024, os investimentos globais em agrifoodtech recuaram 4%, segundo o mais recente relatório da AgFunder, mas mercados em desenvolvimento surpreenderam: cresceram 63%, atingindo US$ 3,7 bilhões — quase um quarto de todo o capital global. A América Latina, o Sudeste Asiático e a África se destacaram, com o Brasil figurando entre os principais receptores, mesmo com queda de 32% em relação ao ano anterior. Esse movimento mostra que, enquanto o capital busca mais cautela em mercados maduros, ele está cada vez mais atento ao potencial transformador da inovação nos países em desenvolvimento, especialmente no agro. Desafios e oportunidades em um mundo VUCA Vivemos em um mundo VUCA — volátil, incerto, complexo e ambíguo — que exige das empresas uma capacidade constante de adaptação. Nesse contexto, inovação não é mais periférica: é central. E não apenas para inovar produtos, mas para transformar modelos de negócio, criar novas fontes de receita e sustentar relevância no médio e longo prazo. A combinação entre: Inovação no agronegócios: setores promissores De acordo com o levantamento da AgFunder, entre os setores com maior captação e potencial nos mercados emergentes estão: Estes dados demonstram que há uma demanda latente por soluções que reduzam perdas, aumentem a produtividade e promovam inclusão — sem abrir mão da sustentabilidade. A importância de integrar IA e inovação aberta ao centro do negócio Segundo especialistas e líderes de inovação ouvidos pela AgFunder News, muitas corporações agroalimentares ainda tratam a inovação como algo marginal — sem conexão real com a estratégia central da empresa. É importante integrar de forma estratégica suas equipes de inovação ao avanço da inteligência artificial, fazendo com que esses times estejam no centro da estratégia de IA, sendo orquestradoras da transformação e hubs de conexão entre desafios operacionais, dados disponíveis e startups especializadas. A inteligência artificial, em especial, não pode ser explorada apenas como um experimento ou “prova de conceito”. Ela precisa ser pensada como uma alavanca de produtividade, eficiência e antecipação de riscos, do campo à mesa. Inovação gera resultado, mas exige visão de longo prazo Um dos maiores equívocos nas corporações é esperar que a inovação entregue ROI imediato. A verdade é que inovação estratégica gera valor de longo prazo, seja na forma de resiliência, reputação, vantagem competitiva ou novos fluxos de receita. As empresas que estão regredindo em suas iniciativas de inovação, por cortes orçamentários ou por visão de curto prazo, estão, na prática, abrindo mão do futuro. Já aquelas que seguem investindo, mesmo em ciclos econômicos adversos, estão plantando os frutos da próxima década. Conclusão: o agro real e o agro tecnológico precisam crescer juntos O crescimento dos investimentos em mercados emergentes mostra que o ecossistema de inovação no agro está cada vez mais forte e conectado. É hora de aproximar o agro real do agrotecnológico — com pontes de confiança, investimento e colaboração. O futuro das startups passa pela sua capacidade de resolver problemas reais. E o futuro do agro depende da sua capacidade de adotar essas soluções de forma estratégica. Em um mundo incerto, a única certeza é que inovar não é mais uma opção. É uma questão de liderança. Acompanhe a nossa newsletter semanal no LinkedIn para estar sempre informado:

Tecnologia e a educação no agronegócio com Maurício Garcia

Cientista digital, conselheiro e consultor da Inteli, IBBX e Agroadvance, Maurício Garcia traz sua visão de como a tecnologia e a educação estão redesenhando o futuro do agronegócio. Do software na pecuária nos anos 90 à inteligência artificial, ele mostra que inovação não é sobre ferramentas — é sobre pessoas preparadas para usá-las. Neste episódio, falamos sobre: 💡 “Você não aprende algo novo quando acha que está certo em tudo.”Essa é só uma das muitas reflexões que você vai ouvir nesse papo profundo, técnico e inspirador. 🎧 Ouça agora no YouTube ou nas principais plataformas de áudio.

Comunicação no agronegócio, com Luiz Fernando Sá (Agfeed)

Uma verdadeira aula com o histórico e perspectiva de comunicação no agronegócio Com quase 40 anos de carreira, Luiz Fernando Sá compartilha sua trajetória pioneira no jornalismo agro. Ele foi um dos primeiros a mostrar que o campo não é só produção — é também empreendedorismo, tecnologia e conexão com o mercado financeiro. De matérias rurais no Paraná à criação da Agfeed, Luiz transformou a maneira de contar histórias do agronegócio, revelando a importância da curadoria de conteúdo e os desafios de manter o jornalismo profissional vivo. Para ele, a boa comunicação é a chave para desfazer estigmas e mostrar a verdadeira face do agro brasileiro. 💡 Falamos sobre: 🎧 Ouça agora e entenda por que comunicar bem o agro é essencial para o presente e o futuro do Brasil! Disponível no canal Rural Talks no Youtube e nas principais plataformas de podcast.

Marketing em startups agtech

Compreenda conceitos e estratégias para o marketing em startups agtech trazer resultados e escala No universo das startups, escalar é o verbo mais desejado. Mas no agro brasileiro, onde o relacionamento pessoal ainda é rei, fazer isso exige mais do que um bom pitch ou uma landing page otimizada. Envolve estratégia, presença de campo, autoridade técnica e um equilíbrio inteligente entre o marketing digital e o bom e velho “aperto de mão”. Como, então, construir uma máquina de crescimento em um setor tão tradicional — e ao mesmo tempo tão aberto à inovação? Já abordamos sobre o conceito de startup, modelos de negócios, validação de ideias, investimentos em agtechs, pessoas e hoje vamos falar sobre marketing! Depois de anos escalando startups que hoje são referência no mercado AgTech, aprendi uma coisa: o marketing em agtech não pode ser só digital — mas também não pode ser só presencial. O segredo está no equilíbrio e na execução contextualizada. Crescer com estratégia: de MVP ao mercado escalável Toda startup quer tração, mas crescer rápido sem base é como plantar em solo sem preparo. O marketing precisa ser construído desde o primeiro dia com visão de crescimento. E aqui entram estratégias como: 1. Growth Hacking: crescer com criatividade e dados Growth hacking não é “milagre”, é processo. Testes rápidos, hipóteses baseadas em dados, e ações de baixo custo para validação de canais. No agro, vale desde testar uma cold call estruturada até disparos de WhatsApp com vídeos técnicos de 30 segundos. Pequenos testes podem gerar aprendizados valiosos. Diversos “hacking” funcionam. Mas, e eu acredito que “growth” é mais que uma estratégia, é uma mentalidade que a empresa inteira precisa ter. Não adianta nada escalar o marketing e o time comercial não está preparado, o produto tem limitação de usuários, não há suporte e/ou sucesso do cliente. Já causei muita discussão sobre isso, mas defendo que meta de faturamento tem que estar nos OKRs de todos os times da empresa. Isso mata (em partes) as discussões entre comercial e produto e coloca a entrega de valor (que é o que escala) no foco de todos. A “culpa” do não crescimento é sempre do time comercial (incluindo marketing). Mas, você pode ter o power point mais lindo do universo (no início até vende). Se o produto não entrega, esquece a escala. Ainda mais no agro que o produtor está literalmente olhando a grama do vizinho e seguindo recomendações que de fato dão resultado. Recomendo fortemente a leitura do livro “Hacking Growth” do Sean Ellis e Morgan Brown. Um verdadeiro manual! 2. Inbound Marketing com conteúdo técnico e educativo Produtores e consultores buscam conhecimento antes de buscar soluções. Ter um blog ou portal de conteúdo com artigos sobre manejo, vídeos curtos com especialistas e eBooks sobre MIP, produtividade ou biológicos é o primeiro passo para construir autoridade e confiança. O conteúdo técnico bem feito é o novo cartão de visitas. Podcasts funcionam muito porque o “agro não pára” e está sempre rodando quilômetros e hectares. 3. Mídia paga que converte Investir em tráfego pago nas redes certas — Facebook rural, Instagram, LinkedIn e Google — é também importante. Mas o diferencial está em segmentar por região, cultura e dor específica. Uma campanha sobre controle biológico para milho no Mato Grosso voltada para pessoas de perfil X, Y e Z é muito mais eficaz do que uma genérica sobre “soluções sustentáveis”. 4. Redes sociais com propósito Instagram e YouTube são as novas vitrines do campo. Mas mais do que mostrar produto, é preciso contar histórias: do produtor que testou o produto, do engenheiro que criou a solução, do impacto real no campo. Humanizar a tecnologia aproxima e fideliza. E se tem algo que o agro tem são boas histórias. Não subestime o poder do branding no agro Além das estratégias de tração, é fundamental trabalhar o branding desde o início. Startups que constroem marca não vendem apenas produtos ou serviços — elas entregam uma experiência e constroem comunidade. No agro, onde a confiança e o relacionamento são diferenciais competitivos, uma marca forte se torna ativo estratégico: gera reconhecimento, reduz barreiras de entrada, aumenta o valor percebido e ajuda a formar uma base de clientes fiéis. O marketing institucional — quando bem feito — posiciona a startup como protagonista no setor, com voz, propósito e relevância. Comunidades agro se formam em torno de marcas que comunicam com autenticidade, mostram resultados e se comprometem com o campo. Como posicionar uma AgTech e construir marca no agro Posicionar uma AgTech no mercado envolve uma dose de técnica e uma boa pitada de reputação. Afinal, vender para o agro é vender confiança. 1. Defina seu nicho (personas) e sua narrativa Quem é sua startup e o que ela resolve melhor do que ninguém? Biológicos para cana? Monitoramento para soja? Finanças para pequenos produtores? O que você faz, para quem e onde eles estão? Seja específico. A clareza da sua persona define sua narrativa, posicionamento e canais para investimento. A partir disso, estabeleça uma estratégia clara e alinhada aos objetivos comerciais da empresa. Defina um orçamento realista para marketing, com foco tanto em awareness quanto em geração de leads qualificados, e monitore KPIs (como CAC, LTV, MQLs e conversão) desde o início. Mais importante ainda: não espere o final do ano para ajustar campanhas ou mostrar resultados ao conselho e investidores. Um bom marketing é orientado por dados, com ciclos curtos de análise e ajustes ágeis — isso evita desperdício e acelera o crescimento sustentável. 2. Participe de eventos agro (com estratégia) Rural Summit, Expodireto, Agrishow, e eventos regionais são vitrines importantes. Mas não basta estar presente — é preciso ativar o evento. Faça demonstrações, leve produtores clientes para contar seus resultados, capture leads e nutra depois. Evento bom gera relacionamento e negócios. 3. Construa autoridade técnica Esteja em portais como AgFeed, Notícias Agrícolas, Canal Rural, seja entrevistado, escreva artigos, participe de podcasts técnicos. No agro, quem ensina, lidera. A reputação técnica é um ativo de altíssimo valor. E precisamos trabalhar

Gestão de pessoas em Startups AgTechs

Gestão de pessoas em Startups AgTechs

Montar uma startup já é desafiador. Fazer isso no agronegócio — setor de margens apertadas, ciclos longos e adoção cautelosa — exige ainda mais do empreendedor. E um dos pilares centrais para o sucesso de qualquer AgTech é a formação de um time forte, alinhado à cultura e à realidade do campo. Afinal, sem gente boa, comprometida e com a botina na terra (ainda que de forma digital), nenhuma ideia escala. Mas como encontrar e reter talentos em um mercado competitivo, onde a tecnologia precisa andar lado a lado com o conhecimento técnico do agro? Como desenvolver uma cultura organizacional que combine inovação e praticidade, com times que muitas vezes atuam remotamente e enfrentam a complexidade da porteira para dentro? Já abordamos sobre o conceito de startup, modelos de negócios, validação de ideias investimentos em agtechs e hoje vamos falar sobre: pessoas! Hiring certo: mais do que currículo, é mentalidade Em uma startup, especialmente no início, cada contratação pesa. Por isso, o processo de hiring deve considerar não apenas habilidades técnicas, mas principalmente o fit com a missão, a velocidade e o propósito da empresa. No agro, isso é ainda mais sensível: o time precisa entender o campo, respeitar o tempo do produtor e saber traduzir tecnologia em valor percebido. Perfis híbridos — profissionais com experiência em tecnologia e vivência no agronegócio — são difíceis de serem encontrados e extremamente valiosos. Enquanto isso, empreendedores têm apostado em formações internas, parcerias com universidades e aceleração de talentos de base técnica. Outro fator decisivo é o mindset de aprendizado contínuo. Em um setor que muda rápido, a adaptabilidade é mais importante que a bagagem. A cultura que une: agilidade com raízes e propósito Criar uma cultura de startup no agro vai muito além de usar metodologias ágeis ou ferramentas digitais. É sobre construir confiança em um time que pode estar disperso geograficamente, mas precisa estar unido por valores e metas muito claras. Startups de sucesso no setor agro têm apostado em rituais simples: check-ins semanais, reuniões de aprendizado, trocas com o campo e contato direto com o usuário final. Outro ponto essencial é a transparência nas decisões e nas métricas de desempenho. Como os ciclos são mais longos no agro, é preciso manter o time motivado mesmo quando os resultados levam tempo a aparecer. Incentivos não precisam ser apenas financeiros — envolver a equipe nas conquistas com clientes, nas visitas ao campo e nas decisões estratégicas é o que cria pertencimento. Por fim, o que não pode faltar: Gente certa, cultura certa: o diferencial que não se copia Tecnologia pode ser replicada. Modelo de negócios pode ser ajustado. Mas gente alinhada e cultura viva são diferenciais inimitáveis. Startups do agro que querem crescer de forma sustentável precisam tratar cultura como ativo estratégico, e não como item decorativo. E isso começa no primeiro contrato, na primeira reunião e, principalmente, na forma como os líderes inspiram e conectam.

Biológicos, rastreabilidade e o futuro do agro com Marcelo Poletti da Promip

Neste episódio, Marcelo Poletti, CEO da Promip, conta como uma empresa nascida em 2006 virou referência nacional em controle biológico, enfrentando burocracias, inovando com macro e micro-organismos e formando uma nova mentalidade no campo. ✅ De predadores a fungos: como a Promip criou um portfólio completo em biossumos✅ On-farm ou off-farm? Os riscos, promessas e dilemas da produção na fazenda✅ Por que educação e rastreabilidade são tão importantes quanto tecnologia✅ A nova lei dos bioinsumos e os desafios para escalar com qualidade✅ MIP Experience: o plano da Promip para transformar a adoção de biológicos no Brasil 🌱 Se você quer entender o verdadeiro impacto dos biológicos e como eles podem transformar produtividade com sustentabilidade, esse papo é pra você. 🎧 Spotify: https://open.spotify.com/episode/1AtWlYQoi7JXiYVKXyxYan?si=eff2f19319b04b0d

Investimento em Agtech e foodtech em mercados emergentes cresce 63% em 2024

Enquanto o investimento global em agritech e foodtech caiu 4% em 2024, os mercados em desenvolvimento nadaram contra a corrente: segundo o novo relatório da AgFunder , o volume investido nesses países disparou 63%, alcançando US$ 3,7 bilhões. Esta cifra representa quase um quarto de todo o capital global investido no setor — um feito notável diante do cenário de retração generalizada. O levantamento, publicado em parceria com a FMO Ventures, Omnivore e BlueTree Technologies, destaca o crescimento em regiões como América Latina, Sudeste Asiático e África, com destaque absoluto para a Índia, que atraiu US$ 2,5 bilhões — mais da metade do total. Mesmo desconsiderando a megacaptação do eGrocer indiano Zepto, que sozinho arrecadou US$ 1,4 bilhão, os dados mostram forte tração em fintechs agrícolas e marketplaces digitais. O Brasil aparece como segundo maior receptor de investimentos na América Latina, com US$ 224 milhões, apesar de uma queda de 32% em relação ao ano anterior. Startups como a Agrolend, que oferece crédito para pequenos e médios produtores, figuram entre os maiores aportes da região. Já o México cresceu impressionantes 250% e o Vietnã, 350%, revelando a emergência de novos polos de inovação agro. Entre os destaques setoriais, soluções de AgFintech e marketplaces agrícolas lideraram as captações na categoria upstream, enquanto a infraestrutura digital para varejo e entregas expressas dominou o downstream. Notadamente, categorias como bioenergia e biomateriais cresceram 35% em mercados emergentes, apesar da queda de 50% globalmente — sinalizando prioridades locais mais alinhadas à sustentabilidade e à redução de perdas no campo. A predominância de rodadas maiores em estágios avançados foi outra tendência observada: 2024 registrou aumento no tamanho médio das rodadas de séries seed e A, indicando uma maior maturidade e consolidação das startups nesses países. Segundo investidores ouvidos no relatório, como Megha Okhai (BII) e Sherief Kesseba (CRAF), o movimento reflete uma profissionalização crescente do ecossistema e o surgimento de fundos mais especializados, focados em impacto e escalabilidade local. Apesar dos avanços, os especialistas alertam para os riscos: tensões geopolíticas, tarifas sobre insumos agrícolas e liquidez mais restrita podem ameaçar a continuidade do crescimento. Ainda assim, a diversificação geográfica e o foco em soluções específicas para contextos rurais dos países do Sul Global oferecem um contraponto resiliente ao ciclo de baixa global do venture capital. O relatório também ressalta casos inspiradores como o da SAYeTECH , de Gana, que desenvolve maquinário agrícola com sensores inteligentes, e da Nile, startup sul-africana que conecta agricultores diretamente a compradores via plataforma digital. Essas iniciativas demonstram como os desafios locais — da mecanização à comercialização — estão sendo superados com inovação de base tecnológica. Em um mundo que busca maior segurança alimentar, sustentabilidade e inclusão produtiva, os mercados emergentes estão se posicionando como protagonistas da próxima revolução agrícola. A julgar pelos números de 2024, eles não só resistem à crise — como estão prontos para liderar a retomada. Confira o relatório completo aqui: https://agfunder.com/research/developing-markets-agrifoodtech-investment-report-2025/

Investimentos em startups agtechs

Investimentos em startups agtechs

Compreenda como atrair investimentos em startups agtechs, além de conceitos como Venture Capital no setor Em um dos setores mais resilientes da economia brasileira, a inovação tem conquistado seu espaço com as chamadas AgTechs — startups voltadas ao agronegócio. Mas transformar tecnologia em tração no campo exige algo mais do que bons produtos e conhecimento técnico: é preciso capital. A captação de investimento em agtechs é uma das etapas mais desafiadoras para as startups do agro, e também uma das mais promissoras para quem deseja investir estrategicamente no setor. já abordamos sobre o conceito de startup, modelos de negócios, validação de ideias e hoje vamos falar sobre investimentos em agtechs. Para os empreendedores agro, atrair investidores passa por entender as dinâmicas das rodadas de investimento e preparar um pitch que fale a língua de um setor conservador, mas cada vez mais aberto à disrupção. Do outro lado, fundos especializados e grandes corporações estão aprendendo a olhar para o campo como território fértil para a inovação — e, claro, para o retorno financeiro. Como atrair investidores para uma startup agtech? Para atrais investimentos em agtechs, primeiro passo é construir uma narrativa sólida. Investidores querem entender o tamanho da dor que sua solução resolve, o diferencial competitivo e — especialmente no agro — a viabilidade de adoção em larga escala. Aqui, o pitch precisa equilibrar inovação com pragmatismo. O produtor rural não adota tecnologias apenas pela novidade: é preciso mostrar valor concreto, retorno no ciclo da cultura e compatibilidade com a realidade da fazenda. Entre os tipos de investidores, destaca-se: Venture Capital e Corporate Venture Capital. Investimentos em Agtechs: Venture Capital O Venture Capital (VC), que na sua tradução literal significa capital de risco, é um modelo de investimento em empresas em estágio inicial e/ou em crescimento rápido, principalmente em startups, pelo próprio conceito de serem empresas escaláveis e os recursos serem utilizados com este objetivo. Neste contexto, a rentabilidade é alta, proporcional ao risco e o investimento implica na troca por participação acionária (equity share). Porém, o VC não tem como prioridade a participação majoritária na empresa investida e as rodadas de investimento iniciais atraem, em média, de 5% a 20% do capital total necessário, diferentemente do private equity, cujo um dos objetivos é participar de maiores fatias. E os investimentos acontecem por etapas, ou rodadas,  conforme a maturidade das startups, começando pelos “anjos”, que são os investidores que apostam na ideia ou protótipo de um produto (MVP), seguindo por Pré-Seed (pré-semente) e Seed (semente) e passando pelas séries A, B, C em diante. No Brasil, há uma crescente presença de fundos de venture capital especializados em AgTechs, como a Rural Ventures, além de programas de aceleração e chamadas públicas que conectam startups a investidores e grandes empresas do setor. Alguns dos desafios, no entanto, permanecem: o ciclo de adoção mais lento, o desconhecimento do ecossistema rural por parte de investidores urbanos e de outras áreas, além da escassez de dados consolidados sobre retorno no agro. Para superar isso, muitos empreendedores têm recorrido a provas de conceito com grandes grupos agrícolas, parcerias com cooperativas e apoio de hubs de inovação, como agropolos, universidades e incubadoras do setor. Além disso, contar com um MVP validado, tração inicial e uma estratégia de crescimento clara são diferenciais indispensáveis para quem busca captar em rodadas Seed ou Série A. Investimentos em Agtechs: Corporate Venture Capital (CVC) Do ponto de vista das grandes empresas, o investimento em startups agro não é apenas uma oportunidade financeira, mas uma estratégia de inovação aberta. O caminho mais comum tem sido a criação de Corporate Venture Capital (CVC) — fundos próprios de investimento criados por corporações para apoiar startups alinhadas aos seus objetivos estratégicos. Grandes grupos agroindustriais têm se beneficiado desse modelo. Ao investir em AgTechs, conseguem acesso antecipado a tecnologias promissoras, testar novas soluções com baixo risco e construir um ecossistema de inovação ao seu redor. Além disso, a aproximação com startups traz uma vantagem competitiva: agilidade para resolver gargalos operacionais, criar novas fontes de receita e responder às pressões de mercado por sustentabilidade e digitalização. Para estruturar um fundo corporativo, é fundamental ter governança clara, critérios bem definidos de seleção e integração com as áreas técnicas da empresa. Casos de sucesso como os CVCs da Suzano, BASF, CNH Industrial e outras gigantes do agro mostram que, com estratégia e propósito, é possível transformar investimento em retorno e inovação em vantagem real. Capital inteligente, inovação com raízes Seja para quem busca captar, seja para quem deseja investir, o agro oferece um terreno fértil — mas que exige preparo. Para as startups, atrair capital é muito mais do que montar um pitch bonito: é provar, com dados e validação de campo, que a inovação proposta tem aderência, escalabilidade e impacto. Para as corporações, investir em AgTechs é mais do que diversificação: é acelerar sua própria transformação. Para os investidores, ter capital e retorno no setor mais importante da economia brasileira.

Validação de ideias em agtechs

O ponto de partida para o sucesso das AgTechs é testar e ter a validação das ideias em campo O crescimento das AgTechs — startups voltadas à inovação no agronegócio — tem acelerado nos últimos anos, mas ainda existe um ponto comum entre as que fracassam: a ausência de validação real do mercado e modelos de negócios mal definidos. Antes de investir tempo, dinheiro e energia em uma solução, é essencial seguir etapas estratégicas que evitem desperdícios e aumentem as chances de aderência ao setor agro, conhecido por suas especificidades e ciclos longos. Já abordamos sobre o conceito de startup, modelos de negócios e hoje vamos apresentar sobre validação de ideias. Validação de ideias em agtechs: o primeiro filtro da inovação A validação de uma ideia começa com uma pergunta essencial: esse problema realmente existe e é relevante para o produtor ou empresa agrícola?. Para responder com precisão, é necessário conversar com o mercado. Entrevistas com potenciais usuários — produtores, agrônomos, cooperativas ou grandes indústrias — ajudam a entender se a dor identificada é real e se há disposição para pagar por uma solução. A partir daí, entra o conceito de MVP (Produto Mínimo Viável) — uma versão simplificada do produto que entrega valor, mas com o menor esforço e investimento possível. Em vez de desenvolver uma plataforma completa, por exemplo, pode-se testar uma funcionalidade via WhatsApp ou planilha automatizada. Com isso, é possível observar se os primeiros usuários engajam, se recomendam, e se a solução faz diferença no dia a dia. Essa abordagem está na base da metodologia Lean Startup, que defende ciclos curtos de construção, medição e aprendizado. Modelos de negócios: como uma AgTech pode ser lucrativa e escalável Validada a ideia, o próximo passo é escolher o modelo de negócios mais adequado — e no agronegócio, essa decisão é ainda mais estratégica. Um dos modelos mais comuns para AgTechs é o B2B (business to business), quando a startup oferece soluções para cooperativas, revendas ou grandes grupos agroindustriais. É o caso de plataformas de gestão agrícola, ERPs rurais ou soluções de rastreabilidade. O modelo B2C (business to consumer), voltado ao produtor individual, exige uma abordagem comercial e de marketing mais direta, mas pode ser interessante para soluções simples e de rápida adoção, como apps de clima ou marketplaces de insumos. Já o modelo B2B2C combina os dois mundos: a startup vende para uma empresa (como uma cooperativa), que repassa ou oferece a solução aos seus produtores associados. Outro caminho promissor está em modelos de assinatura (recorrência mensal, como SaaS) ou marketplaces, que conectam diferentes atores da cadeia produtiva. Em AgTechs, o modelo SaaS (Software as a Service) é comum, especialmente em plataformas de gestão e análise de dados, oferecendo previsibilidade de receita e facilidade de escalabilidade. Tudo depende do tipo de problema resolvido, do ticket médio e da jornada de adoção do usuário rural. Conclusão: antes de escalar, valide e escolha o caminho certo O sucesso de uma startup começa muito antes do primeiro código ser escrito ou do investimento ser captado. Validar ideias com o mercado, entender as reais necessidades do campo e escolher o modelo de monetização mais compatível com a dor resolvida são passos cruciais para tornar a startup não só inovadora, mas sustentável, lucrativa e escalável. No mundo agro, onde confiança e resultados falam mais alto do que promessas, construir com os usuários é o que diferencia as soluções que crescem das que ficam pelo caminho.

Modelo de negócios em startups

A escolha do modelo de negócios em startups é decisiva para o seu sucesso, conheça mais sobre o tema Agora que você já conhece sobre o conceito de uma startup, saibda que ao lançá-la, a escolha do modelo de negócios é um dos fatores mais determinantes para o sucesso. O Business Model Canvas, ferramenta amplamente utilizada, auxilia os empreendedores a visualizarem os principais componentes do negócio, como proposta de valor, segmentos de clientes e fontes de receita. Definir um modelo estruturado desde o início evita desperdícios e aumenta as chances de escalabilidade. Tipos de Modelos de Negócios Os modelos de monetização variam conforme o setor e o público-alvo. Entre os mais utilizados estão SaaS (Software as a Service), onde os clientes pagam por assinaturas recorrentes; Marketplace, que conecta compradores e vendedores e monetiza por taxas sobre transações; Freemium, que oferece serviços gratuitos com opções pagas para funcionalidades avançadas; e Pay-per-use, que cobra apenas pelo consumo. A escolha certa depende da dor que a startup resolve e da disposição do mercado para pagar por essa solução. Cases de sucesso ilustram como diferentes estratégias podem ser aplicadas com eficácia. O Nubank, por exemplo, começou com um modelo Freemium e evoluiu para um portfólio completo de serviços financeiros. Já o iFood opera como marketplace, lucrando sobre cada pedido processado. O segredo está em testar, validar hipóteses e adaptar-se conforme o crescimento do negócio. E o modelo de negócios em startups no agro? No setor agropecuário, startups enfrentam o desafio de combinar inovação tecnológica com rentabilidade. Modelos de negócios como B2B (Business to Business), que vende soluções diretamente para empresas agrícolas, e o que chamam de B2F (Business to Farmer), voltado para produtores rurais, são amplamente utilizados. Há também o B2B2C, que conecta indústrias do agronegócio a seus consumidores finais, criando um ecossistema integrado. A monetização pode ocorrer por meio de assinaturas, como em plataformas SaaS para o agro, que oferecem análises de dados, gestão agrícola e rastreabilidade. O modelo de marketplace também tem ganhado força, conectando produtores a compradores e facilitando a comercialização. Algumas AgTechs ainda adotam modelos híbridos, combinando tecnologias de hardware e software para garantir recorrência de receita. Independente da escolha, o segredo está em testar, validar hipóteses e escolher um modelo escalável, que atenda às necessidades do setor e seja economicamente viável para seus clientes.