Investimentos em startups agtechs

Investimentos em startups agtechs
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Compreenda como atrair investimentos em startups agtechs, além de conceitos como Venture Capital no setor

Em um dos setores mais resilientes da economia brasileira, a inovação tem conquistado seu espaço com as chamadas AgTechs — startups voltadas ao agronegócio. Mas transformar tecnologia em tração no campo exige algo mais do que bons produtos e conhecimento técnico: é preciso capital. A captação de investimento em agtechs é uma das etapas mais desafiadoras para as startups do agro, e também uma das mais promissoras para quem deseja investir estrategicamente no setor.

já abordamos sobre o conceito de startup, modelos de negócios, validação de ideias e hoje vamos falar sobre investimentos em agtechs.

Para os empreendedores agro, atrair investidores passa por entender as dinâmicas das rodadas de investimento e preparar um pitch que fale a língua de um setor conservador, mas cada vez mais aberto à disrupção. Do outro lado, fundos especializados e grandes corporações estão aprendendo a olhar para o campo como território fértil para a inovação — e, claro, para o retorno financeiro.

Como atrair investidores para uma startup agtech?

Para atrais investimentos em agtechs, primeiro passo é construir uma narrativa sólida. Investidores querem entender o tamanho da dor que sua solução resolve, o diferencial competitivo e — especialmente no agro — a viabilidade de adoção em larga escala. Aqui, o pitch precisa equilibrar inovação com pragmatismo. O produtor rural não adota tecnologias apenas pela novidade: é preciso mostrar valor concreto, retorno no ciclo da cultura e compatibilidade com a realidade da fazenda.

Entre os tipos de investidores, destaca-se: Venture Capital e Corporate Venture Capital.

Investimentos em Agtechs: Venture Capital

O Venture Capital (VC), que na sua tradução literal significa capital de risco, é um modelo de investimento em empresas em estágio inicial e/ou em crescimento rápido, principalmente em startups, pelo próprio conceito de serem empresas escaláveis e os recursos serem utilizados com este objetivo. Neste contexto, a rentabilidade é alta, proporcional ao risco e o investimento implica na troca por participação acionária (equity share).

Porém, o VC não tem como prioridade a participação majoritária na empresa investida e as rodadas de investimento iniciais atraem, em média, de 5% a 20% do capital total necessário, diferentemente do private equity, cujo um dos objetivos é participar de maiores fatias.

E os investimentos acontecem por etapas, ou rodadas,  conforme a maturidade das startups, começando pelos “anjos”, que são os investidores que apostam na ideia ou protótipo de um produto (MVP), seguindo por Pré-Seed (pré-semente) e Seed (semente) e passando pelas séries A, B, C em diante.

No Brasil, há uma crescente presença de fundos de venture capital especializados em AgTechs, como a Rural Ventures, além de programas de aceleração e chamadas públicas que conectam startups a investidores e grandes empresas do setor. Alguns dos desafios, no entanto, permanecem: o ciclo de adoção mais lento, o desconhecimento do ecossistema rural por parte de investidores urbanos e de outras áreas, além da escassez de dados consolidados sobre retorno no agro.

Para superar isso, muitos empreendedores têm recorrido a provas de conceito com grandes grupos agrícolas, parcerias com cooperativas e apoio de hubs de inovação, como agropolos, universidades e incubadoras do setor. Além disso, contar com um MVP validado, tração inicial e uma estratégia de crescimento clara são diferenciais indispensáveis para quem busca captar em rodadas Seed ou Série A.

Investimentos em Agtechs: Corporate Venture Capital (CVC)

Do ponto de vista das grandes empresas, o investimento em startups agro não é apenas uma oportunidade financeira, mas uma estratégia de inovação aberta. O caminho mais comum tem sido a criação de Corporate Venture Capital (CVC) — fundos próprios de investimento criados por corporações para apoiar startups alinhadas aos seus objetivos estratégicos.

Grandes grupos agroindustriais têm se beneficiado desse modelo. Ao investir em AgTechs, conseguem acesso antecipado a tecnologias promissoras, testar novas soluções com baixo risco e construir um ecossistema de inovação ao seu redor. Além disso, a aproximação com startups traz uma vantagem competitiva: agilidade para resolver gargalos operacionais, criar novas fontes de receita e responder às pressões de mercado por sustentabilidade e digitalização.

Para estruturar um fundo corporativo, é fundamental ter governança clara, critérios bem definidos de seleção e integração com as áreas técnicas da empresa. Casos de sucesso como os CVCs da Suzano, BASF, CNH Industrial e outras gigantes do agro mostram que, com estratégia e propósito, é possível transformar investimento em retorno e inovação em vantagem real.

Capital inteligente, inovação com raízes

Seja para quem busca captar, seja para quem deseja investir, o agro oferece um terreno fértil — mas que exige preparo. Para as startups, atrair capital é muito mais do que montar um pitch bonito: é provar, com dados e validação de campo, que a inovação proposta tem aderência, escalabilidade e impacto. Para as corporações, investir em AgTechs é mais do que diversificação: é acelerar sua própria transformação. Para os investidores, ter capital e retorno no setor mais importante da economia brasileira.

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