Investimentos no Brasil lideram LATAM

As startups dos EUA arrecadaram US$ 190,4 bilhões em 2024, um aumento de 30% em relação a 2023, superando todos os anos anteriores, exceto o período de 18 meses de euforia em 2021/22. Os dados são do Dealroom.co Recorde em Investimentos: Startups dos EUA Arrecadam US$ 190,4 Bilhões em 2024, Impulsionadas por Mega Rodadas de IA 2024: Um Ano Transformador para Investimentos em Startups na América Latina O cenário de investimentos em venture capital (VC) na América Latina apresentou avanços significativos em 2024, registrando um total de US$ 4,1 bilhões arrecadados por startups na região. Apesar dos desafios globais, a América Latina consolidou seu espaço como um ecossistema emergente para tecnologia e inovação. Brasil no Centro do Ecossistema de VC – Investimentos no Brasil lideram LATAM Com US$ 2 bilhões arrecadados, o Brasil liderou o cenário latino-americano de investimentos, respondendo por quase metade de todo o capital levantado na região. São Paulo manteve sua posição como o principal hub de startups, atraindo mais recursos do que qualquer outro centro tecnológico na América Latina. Em paralelo, a Argentina destacou-se como o mercado de crescimento mais acelerado. Uma Recuperação Gradual em Estágios Intermediários e Iniciais Embora o investimento em estágios iniciais, como pre-seed e seed, tenha se mantido estável, os aportes em rodadas intermediárias (Series B e Series C) começaram a dar sinais de recuperação. No entanto, os investimentos em estágios mais avançados ainda estão abaixo dos níveis pré-pandemia, refletindo a cautela dos investidores em mega rodadas (acima de US$ 100 milhões). Q4: O Melhor Trimestre de 2024 O quarto trimestre foi o ponto alto do ano, com US$ 1,4 bilhão arrecadado pelas startups, representando o melhor desempenho trimestral de 2024. Esse crescimento foi impulsionado principalmente por setores como fintech, que dominou os investimentos na região, com US$ 1,1 bilhão em aportes. Subsegmentos como bancos digitais e tecnologias de finanças pessoais se destacaram como os mais atrativos para investidores. Perspectivas para 2025 O desempenho de 2024 sugere uma retomada gradual da confiança dos investidores na América Latina, especialmente em setores emergentes como fintech e tecnologias climáticas. A continuidade desse crescimento dependerá da capacidade dos países da região em atrair capital internacional e fortalecer seus ecossistemas locais. Com hubs em expansão e uma diversificação crescente de setores, a América Latina está posicionada para se tornar um dos principais mercados de inovação global nos próximos anos.
Investimentos em Venture Capital na América Latina retornam a níveis pré-covid

A “América Latina faz como ninguém”. O relatório “Transformação Digital na América Latina 2024“, da Atlantico, examina o panorama digital e de investimentos na região, destacando seu potencial para inovação, crescimento e novas oportunidades. Considerada uma das principais publicações para o mercado latino, o relatório analisa a evolução do mercado e o crescimento de empresas de tecnologia como o Mercado Livre, Nubank e iFood, além de enfatizar a importância crescente das fintechs e da regulamentação. Também aborda o papel da América Latina na transição energética, destacando seus recursos naturais e o aumento do uso de energias renováveis, assim como a utilização da inteligência artificial como um motor transformador para empresas e sociedade, explorando os desafios e oportunidades de sua implementação na região. Desafios de investir na América Latina Além disso, também oferece uma visão abrangente sobre o cenário positivo de investimentos em venture capital, abordando tendências de investimento, retorno de fundos e o papel dos family offices, apesar das dificuldades. O relatório inicia com obstáculos estruturais importantes na região: Potencial de investimentos em transformação digital na América Latina Mas, como a “América Latina faz como ninguém”, destaca que os índices de transformação digital de 2,9% (LATAM) e 3,5% (Brasil) são como um copo que está enchendo e pode alcançar U$ 4,17 trilhões (LATAM) e U$ 1,44 trilhões (Brasil). E este potencial vem do histórico de crescimento da transformação digital, expressivo entre 2016 e 2020, com a eventual queda nos anos pandêmicos e retomada nos subsequentes, demonstrando os futuros ganhos acumulados do amadurecimento do ecossistema na região. E os investimentos dos fundos de Venture Capital na América Latina têm apresentado resultados positivos, sendo 24% deles entre os 5% de melhores retornos. Com melhores retornos e todo o potencial da região, os investimentos em Venture Capital retomaram aos níveis pré-covid, com tendência de crescimento, acompanhando a atividade global. Esta que atingiu US$ 124 bi no primeiro semestre de 2024, acima da faixa entre US$ 122 bi do primeiro semestre de 2019 e US$ 120 bi no primeiro semestre de 2020. Na América Latina, entre o segundo semestre de 2023 e 2022, a atividade de investimento ficou entre US$ 2,2 bi e US$ 1,8 bi. Durante a pandemia, houve um aumento expressivo da atividade de investimentos globalmente, que hoje é considerada por alguns especialistas como “hype”, com muita especulação no mercado. A retomada agora, segundo o relatório, apresenta “tendências estáveis” e pode apresentar mais sustentabilidade nos negócios a medida que o ecossistema amadurece. E com o destaque no amadurecimento e retornos positivos, as empresas latinas têm atraído cada vez mais investidores globais. Além dos family offices, que até então diversificavam seus investimentos em ativos de menor risco. De forma geral, a publicação apresentou resultados ainda mais positivos que no último ano com um otimismo não só relacionado ao Venture Capital mas também dos fundadores de startups e a resiliência do povo LATAM, que “não é para principiantes”, mas para um povo que vibra e empreende todos os dias e, parafraseando Ney Matogrosso, enfrentando os caminhos tortos, com o nosso sangue latino.
Fiagros e sua Importância no Agronegócio

O agronegócio brasileiro oferece inúmeras formas de investimento, como LCA e CRA. Em 2021, surgiu o Fiagro, um fundo que investe em diferentes elos da cadeia produtiva do agronegócio, abrangendo desde imóveis rurais até ativos relacionados à produção agrícola. Os Fiagros podem ser divididos em três categorias: Fiagro FII (imobiliário), Fiagro FIP (participações) e Fiagro FIDC (direitos creditórios). Atualmente, existem 107 Fiagros em operação no Brasil. Em 2023, foram registrados 57 novos fundos, representando um crescimento de 114% em relação ao ano anterior. O volume de captação líquida em 2023 foi de R$ 3,8 bilhões. O Protagonismo dos Fiagros Imobiliários (FII) Dentre as categorias de Fiagro, o Fiagro FII tem se destacado. Apesar de uma leve queda na captação líquida, que foi de R$ 2,9 bilhões em 2023 contra R$ 3,1 bilhões em 2022, ele continua liderando o segmento. Já os Fiagro FIP, que apresentam a menor participação, também registraram queda, passando de R$ 19,2 milhões para R$ 9,9 milhões no mesmo período. Por outro lado, os Fiagro FIDC mostraram um crescimento expressivo, aumentando a captação líquida de R$ 635,1 milhões em 2022 para R$ 846,4 milhões em 2023, um aumento de 33%. A Demanda de Crédito no Agronegócio Em 2023, o setor agropecuário brasileiro teve uma demanda estimada entre R$ 800 bilhões a R$ 1 trilhão, segundo o Itaú BBA, o que impulsionou a popularidade dos Fiagros como alternativa para crédito no mercado privado. Com esse cenário favorável, as emissões de ofertas públicas cresceram 20,8%, atingindo R$ 8,8 bilhões. Os FIIs lideraram com R$ 7,2 bilhões, seguidos pelos FIDCs com R$ 1,6 bilhões, um aumento de 143% em comparação a 2022. Patrimônio Líquido dos Fiagros O patrimônio líquido dos Fiagros também cresceu significativamente em 2023, registrando um aumento de 72%, passando de R$ 11,9 bilhões para R$ 20,5 bilhões. O Fiagro FII novamente lidera, com 81,4% desse total (cerca de R$ 16,7 bilhões), seguido pelos FIDCs, que representam 17,5% (R$ 3,6 bilhões), e pelos FIPs, com 1,1% (R$ 176 milhões). Oportunidades de Investimento no Setor Os Fiagros estão buscando oportunidades em áreas deficitárias no agronegócio, como o financiamento de silos e estruturas de armazenagem. Atualmente, o Brasil possui um déficit de armazenagem de cerca de 120 milhões de toneladas, uma área com grande potencial de crescimento. Perspectivas para 2024 e o Avanço da Regulação Especialistas, como Octaciano Neto, diretor de agronegócio do Grupo Suno, apontam para um panorama positivo dos Fiagros em 2024, especialmente com a expectativa de regulamentação definitiva pela CVM. Essa regulamentação pode tornar os Fiagros mais acessíveis, permitindo a inclusão de CPRs financeiras no portfólio, um ativo de emissão mais simples e menos custoso que os CRAs. Startups Facilitando o Acesso ao Crédito Com o avanço do mercado de Fiagros, startups como a Campo Capital P2P estão conectando produtores rurais a investidores, oferecendo CPRs a partir de R$ 5 mil. Essas plataformas são fundamentais para democratizar o acesso ao crédito e integrar novos Fiagros, fomentando um ciclo virtuoso de crédito e investimento no agronegócio.
Queda de Investimentos em AgriFoodTechs. E agora? Conselhos de Investidores para Fundadores

Na última quinta-feira (14/03), foi lançada a edição do AgFunder Global AgriFoodTech Investment Report de 2024, que apresentou uma queda de 50% nos investimentos em agrifoodtechs (US$ 16 bilhões) no ano de 2023, comparado com anterior (US$ 31 bilhões), atingindo o ponto mais baixo em seis anos. Neste contexto, na edição da Newsletter Rural Insights desta semana, vamos apresentar alguns dados relevantes do relatório e conselhos para fundadores, feito por quem investe. Vamos lá? Entre as que tiveram declínio em investimentos, destaca-se as startups das seguintes categorias: novos sistemas agrícolas (-79%); varejo em nuvem (-75%); eGrocery (-60%); software de gerenciamento agrícola, sensoriamento e IoT (-58%); restaurantes on-line e mercados de refeições (-58%), tecnologias para varejo e restaurantes (-57%); tecnologias do centro das cadeias produtivas – “pós-porteira” e antes do varejo (55%), tecnologia para casa e culinária (-53%) e alimentos inovadores (-51%). A boa notícia veio para as agtechs que operam “dentro da porteira”. Apesar de menos deals, esta categoria representou 62% do investimento total em dólares, superior aos 51% em 2022 e 30% em 2021. Destaque também para as agtechs de bioenergia e biomateriais e robótica agrícola, mecanização e equipamentos. que, apesar de nunca terem representado uma porcentagem grande de investimento em agrifoodtech, o investimento neste setor aumentou 20% (3 mil milhões de dólares em 177 negócios) em 2023. Segundo o relatório do AgFunder, 2024 será um ano difícil no nível global, “mas também será um ano incrível para investir em novas empresas que foram forçadas a repensar os seus modelos de negócio e a adoptar uma abordagem mais enxuta; isso é saudável para o mercado e para as avaliações”. Para entender melhor o cenário de Venture Capital no Brasil, conversei com Kieran Gartlan, sócio da gestora The Yield Lab LATAM. Kieran, o que representa a queda de 50% nos investimentos globais em agrifoodtechs? E como fica o Brasil neste contexto? Kieran: A queda foi um reflexo natural em consequência da queda de Venture Capital em geral (dividido em juros altos que atraem mais capital para o mercado de renda fixa e menos para os mercados de risco). Em agritech este queda refletiu mais em algumas áreas de capital intensivo e estágio mais avançado (indoor farming, proteína alternativa). Por enquanto, o impacto é no número de investimentos (principalmente em early stage) e como o Brasil não tem foco forte em fazendas urbanas, nem proteína alternativas, eu diria que o impacto por aqui não é significativo. O que temos é um período mais longo para fechar rodadas (VCs mais seletivas) e valuations mais baixos (o que também impacta no volume total de capital investido). Como fundador(a) de startup brasileira, eu devo me preocupar? Qual conselho vc me daria? Kieran: Para os melhores fundadores, não vai ter problema. Até fica mais fácil, porque há menos fumaça/hype. Os investidores estão mais seletivos e com menos pressa em geral, mas quando coisas interessantes aparecem eles vão querer fechar rápido (para não perder). Os principais critérios para empreendedores priorizarem quando fazer captação são: Fernando Rodrigues, fundador e sócio da Rural Ventures, complementou: Rodrigues: No que diz respeito à captação de recursos, é essencial comunicar de forma eficaz o potencial de sua solução para atrair investidores. Isso inclui destacar não apenas a tecnologia subjacente, mas também os benefícios tangíveis que ela oferece aos produtores e ao agronegócio como um todo. Além disso, é fundamental entender o ciclo de investimento e as preferências dos investidores em relação ao risco e ao retorno. Embora o nosso ecossistema de inovação esteja amadurecendo, não é possível separá-lo do cenário global e brasileiro. Estar atento e preparado às flutuações de mercado pode ser um diferencial na gestão e crescimento de uma agtech. Assim reforçou Rodrigues: Rodrigues: Ao embarcar na jornada de fundar uma startup no agronegócio, é crucial compreender que, apesar do apelo do capital de risco, ele não deixa de ser um produto financeiro, comparado a outras opções de investimento como renda fixa, ações e imóveis. Neste contexto, os investidores avaliarão sua solução em relação a essas alternativas, levando em consideração o cenário macroeconômico, incluindo taxas de juros, inflação e aversão ao risco. Rodrigues também pontuou que além de olhar para fora, os fundadores precisam compreender profundamente do seu negócio, considerando também aspectos internos, sendo “user centric” no desenvolvimento e entrega das soluções tecnológicas. Rodrigues: Além do ciclo econômico, é essencial considerar a abordagem junto aos produtores, que representam o cliente final. A pergunta constante que todo empreendedor deve se fazer é: o que não mudará em meu negócio? A tecnologia é constantemente incrementada, com novidades surgindo diariamente para moldar o mercado. No entanto, é primordial que o cliente compreenda o valor que essa tecnologia oferece, o que muitas vezes é negligenciado em meio ao emaranhado de inovações. O cliente final precisa enxergar não apenas uma parte, mas um produto completo e tangível. Infelizmente, no mercado de agtechs, temos observado uma tendência em oferecer soluções fragmentadas, o que pode dificultar a compreensão do valor agregado. Portanto, o foco deve estar em desenvolver produtos simples, acessíveis e com benefícios claros e imediatos. Em resumo, os fundadores de startups no agronegócio devem estar atentos não apenas às inovações tecnológicas, mas também à forma como essas inovações são comunicadas e entregues ao mercado. Ao desenvolver produtos simples, acessíveis e com benefícios claros, e ao adotar estratégias eficazes de captação de recursos e go-to-market, as startups podem se posicionar de forma competitiva em um setor em constante evolução. Pois é, caros fundadores, criar e desenvolver uma startup nunca foi fácil e nunca será. Mas, com conhecimento, informação, conexões, colaboração e conselhos/mentorias de quem vive inovação, apoia e fomenta pode ser um caminho menos árduo. Seguimos juntos, construindo o futuro do agro!